quinta-feira, 17 de junho de 2010

Santo Sepulcro e Encontro com o Custódio da Terra Santa


Acordamos logo cedo, tomamos café e fomos a Jerusalém, onde teríamos nossa Missa no Santo Sepulcro, conforme agendamento anterior. Enorme foi nossa surpresa, ao chegarmos lá e nos falarem que nosso horário já tinha passado, uma vez que seguem outro horário, que não é o horário de verão. Lamentamos profundamente, mas nada a fazer. Ainda bem que o sacristão nos concedeu uma outra capela, uns 20 metros de distância da edícula, para que pudéssemos celebrar nossa missa, na intenção de tanta gente que nos solicitou orações. A seguir, visitamos o Calvário e nos colocamos em fila para entrarmos no Sepulcro.
A grande Basílica do Santo Sepulcro engloba o Calvário, a Pedra da Unção, o Santo Sepulcro, o lugar da aparição à Maria e o encontro das Cruzes. O lugar era fora dos muros da cidade do tempo de Jesus. Era um lugar rochoso, onde fora construído o túmulo, doado por José de Arimatéia à família de Jesus. Era um dos lugares mais freqüentados pelos primeiros cristãos, que não tinham aqui nenhuma igreja. Em 135, o imperador Adriano resolveu apagar a memória dos cristãos, construindo um templo a Júpiter e a Vênus. Em 326, com a vinda do imperador Constantino, o iluminado dos cristãos, construiu-se uma enorme basílica, englobando todos os lugares acima mencionados. Este lugar passou pela destruição dos muçulmanos, turcos e otomanos, e também por terremotos. Por isso, a atual basílica consta apenas de restos dos tempos anteriores. A reconstrução feita pelos cruzados foi retomada por Constantino Monômaco em 1048. A grande cúpula foi refeita em 1869 e em 1949, por causa de incêndios. A presença franciscana no Santo Sepulcro é desde 1309. Desde a entrada dos franciscanos até o início do século passado, todos deviam pagar ingresso para entrar nesta basílica, porque os muçulmanos não abriram mão do cuidado da porta, que continua até hoje na mão de uma família muçulmana. Somente com o acordo do Status Quo, feito no século passado, entre católicos, gregos ortodoxos, armênios ortodoxos e coptos ortodoxos (somente a parte de trás da edícula), os peregrinos passaram a ser isentos do pagamento de ingresso. Cada comunidade, porém, além das regras do status quo sobre horários e espaços a serem usados em comum, deve pagar um contributo à soma exigida por essa família, encarregada de abrir e fechar a porta da basílica. À noite, ninguém pode entrar ou sair da basílica, a não ser nos horários de celebrações solenes das comunidades.

Às 9h40 tivemos o encontro com o Vice-Custódio da Terra Santa, Frei Artêmio Vitores, que nos recebeu de braços abertos para uma explicação do que é a Custódia dos Lugares Santos, sua história e sua finalidade em bem aplicar os recursos oriundos do mundo inteiro, através das Coletas da Terra Santa. Tais recursos são aplicados na manutenção dos santuários e na manutenção dos cristãos que aqui vivem, para que esta Terra não se torne um museu e sim uma presença viva de cristãos locais. A Custódia se encarrega de conseguir trabalhos (oficinas, artesanato, atendimento nas pousadas, hotéis e santuários), bem como na construção e manutenção de habitações aos cristãos que aqui vivem.

Aí pelas 10h15, o guia liberou o grupo para as esperadas compras e outras visitas de interesse pessoal. Mesmo assim, a maioria preferiu voltar depois do almoço para Ein Karem, tendo em vista o merecido descanso, organização das malas, meditação e caminhadas.

Um comentário:

Maria Fernanda disse...

Imagino que grande emoção vocês todos sentiram ao visitar o Santo Sepulcro. Estamos todos aqui aguardando pelas fotos e pelas histórias que vocês vão nos contar!
Um beijo,
Saudades...
Maria Fernanda e Fabiano